domingo, 20 de fevereiro de 2011
Nada
Cadê o dia?
Não vai me dizer que aquelas cores vivas se foram sem se despedir;
Comunicavam-se às escondidas, eu sei...
Não disse que não sabia, mas cores são cores, alegrias são alegrias.
Portanto, não me basto. Sou cor de sangue, amuleto preto, contenha seus riscos.
Cadê o tempo?
Não vai me dizer que não existe mais aquele absoluto relógio;
Sou um tempo falível de tudo,
Mas não esqueço um segundo do minuto daquela existência.
Conversava com o equinócio e ele dizia tudo em águas...
Equinócio de inverno não desbrava o meu coração.
Cadê as palavras?
Não vai me dizer que se foram porque não encontraram sentenças o suficiente para parafrasear o fim das coisas;
Escrevi a minha bravura apoiado nas minhas palavras e elas, simplesmente, sublimaram.
Há muito tempo não transo com idéias, nem se quer as vejo...
Meus anseios ainda estão aqui dentro, esperando por um texto sincero e completo.
Talvez seja a inconstância dos dias que legitimam um tempo perdido,
E as minhas palavras não serão capazes de desbravar o inesgotável.
São muitas cores que desconheço.
Sou sangue, amuleto preto, mas não contenho seus riscos.
Sou cor d’agua, uma metáfora cartesiana.
Sou e não sou, logo, não sou nada...
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