sábado, 14 de março de 2015

DIGA SIM ÀS "MANIFESTAÇÕES"

Faz tempo que eu não escrevo nada, aqui no Face! Confesso que esse cyberespaço já foi mais interessante e prazeroso pra mim, e talvez seja esse o grande motivo pela minha suposta ausência. Diante de tantos acontecimentos, entretanto, resolvi compartilhar meus botõezinhos com vocês sobre essas constantes e, acredito, necessárias manifestações sociopolíticas que nos envolvem. Reforma Política, MST, operação Lava Jato, dentre outas acepções, em algum momento nos empolgam a reivindicar os nossos direitos de cidadãos em busca da legibilidade e igualidade parafraseadas por uma ideologia democrática, se assim posso dizer. Por um lado, isso é ótimo, porque nos convoca a assumir papéis importantes no combate as mazelas sociais que assombram nossa "democracia" e nos corresponsabiliza por todos esses vergonhosos acontecimentos que estamos passando (claro, não somos vítimas absolutas do Sistema, afinal de contas, nós somos parte dele, ok?). Por outro, sinto que estamos perdendo a capacidade de nos tornarmos sensíveis a outros tipos de manifestações, consideradas por nós pequenas, simples, talvez nem por vocês reais manifestações, sendo normalmente percebidas como paradigmas naturais da nossa sociedade. Infelizmente, crescemos e nos tornamos gente internalizando que as grandes mudanças são as que de fato importam. A educação, em todos os seus níveis pedagógicos, nos ensina que o aborto, a legalização da maconha, eutanásia, criminalização da homofobia e afins são os temas polêmicos, aqueles que merecem a atenção do povo, que demandam um suposto ideal revolucionário. Somos aliciados a construir essa ideia, de que as mudanças, para serem mudanças, precisam de atos heroicos e grandiosos, deixando de lado as polêmicas da nossa vida cotidiana e que merecem tanta importância quanto. Nasci em um núcleo familiar extremamente patriarcal, constituído de regras, onde o poder sempre foi centralizado na figura paterna. Para mim, o fato de minha mãe, em muitos momentos, não poder decidir sobre determinadas coisas me incomodava, me fazia pensar, construir, desconstruir reflexões a cerca dessa estrutura familiar, me fez assumir posições que antes não me imaginava e essa durável experiência foi polêmica para mim, porque não? Canso de abrir o Face e ler textos deficientes e carentes de uma gramática, ao menos, digna de um português básico, de escutar pessoas e sentir falta da educação que elas deveriam ter de direito, de ver o sofrimento de famílias em não saber lidar com as crises existenciais dos filhos, me canso de ver pais dando de tudo que os filhos precisam, carros, viagens, prazeres exacerbados, sem reconhecer a importância dos limites, do amor, e ainda sim acharem que estão educando-os. Tudo isso são situações do cotidiano brasileiro e TODAS são polêmicas! Precisamos entender qual a importância e o sentido das manifestações em todos os âmbitos. Devemos lutar, nos manifestar diante daquilo que nos torna impotentes e vulneráveis. Sou a favor da manifestação contra o analfabetismo, da manifestação a favor da liberdade de expressão, da manifestação em prol da leitura, da manifestação a favor de famílias que possam gozar dos direitos declarados na Constituição, da manifestação por uma educação igualitária, da manifestação por direitos igualitários de gênero, da manifestação a favor do dialogo entre pais e filhos, da manifestação pelo respeito e o direito de ir e vir, enfim, sou a favor das manifestações que nos tornam mais capazes e sensíveis para superar o que estamos vivendo hoje em dia...

Eu estou aqui para viver e ver no que vai dar Essa rotina de sonhos e apagamentos De colocar o medo antes de tudo Antes de resp...