Faz tempo que eu não escrevo nada, aqui no Face! Confesso
que esse cyberespaço já foi mais interessante e prazeroso pra mim, e talvez
seja esse o grande motivo pela minha suposta ausência. Diante de tantos
acontecimentos, entretanto, resolvi compartilhar meus botõezinhos com vocês
sobre essas constantes e, acredito, necessárias manifestações sociopolíticas
que nos envolvem. Reforma Política, MST, operação Lava Jato, dentre outas
acepções, em algum momento nos empolgam a reivindicar os nossos direitos de cidadãos
em busca da legibilidade e igualidade parafraseadas por uma ideologia
democrática, se assim posso dizer. Por um lado, isso é ótimo, porque nos
convoca a assumir papéis importantes no combate as mazelas sociais que
assombram nossa "democracia" e nos corresponsabiliza por todos esses
vergonhosos acontecimentos que estamos passando (claro, não somos vítimas
absolutas do Sistema, afinal de contas, nós somos parte dele, ok?). Por outro,
sinto que estamos perdendo a capacidade de nos tornarmos sensíveis a outros
tipos de manifestações, consideradas por nós pequenas, simples, talvez nem por
vocês reais manifestações, sendo normalmente percebidas como paradigmas
naturais da nossa sociedade. Infelizmente, crescemos e nos tornamos gente
internalizando que as grandes mudanças são as que de fato importam. A educação,
em todos os seus níveis pedagógicos, nos ensina que o aborto, a legalização da
maconha, eutanásia, criminalização da homofobia e afins são os temas polêmicos,
aqueles que merecem a atenção do povo, que demandam um suposto ideal
revolucionário. Somos aliciados a construir essa ideia, de que as mudanças,
para serem mudanças, precisam de atos heroicos e grandiosos, deixando de lado
as polêmicas da nossa vida cotidiana e que merecem tanta importância quanto.
Nasci em um núcleo familiar extremamente patriarcal, constituído de regras,
onde o poder sempre foi centralizado na figura paterna. Para mim, o fato de
minha mãe, em muitos momentos, não poder decidir sobre determinadas coisas me
incomodava, me fazia pensar, construir, desconstruir reflexões a cerca dessa
estrutura familiar, me fez assumir posições que antes não me imaginava e essa
durável experiência foi polêmica para mim, porque não? Canso de abrir o Face e
ler textos deficientes e carentes de uma gramática, ao menos, digna de um
português básico, de escutar pessoas e sentir falta da educação que elas
deveriam ter de direito, de ver o sofrimento de famílias em não saber lidar com
as crises existenciais dos filhos, me canso de ver pais dando de tudo que os
filhos precisam, carros, viagens, prazeres exacerbados, sem reconhecer a
importância dos limites, do amor, e ainda sim acharem que estão educando-os.
Tudo isso são situações do cotidiano brasileiro e TODAS são polêmicas!
Precisamos entender qual a importância e o sentido das manifestações em todos
os âmbitos. Devemos lutar, nos manifestar diante daquilo que nos torna
impotentes e vulneráveis. Sou a favor da manifestação contra o analfabetismo,
da manifestação a favor da liberdade de expressão, da manifestação em prol da
leitura, da manifestação a favor de famílias que possam gozar dos direitos
declarados na Constituição, da manifestação por uma educação igualitária, da
manifestação por direitos igualitários de gênero, da manifestação a favor do
dialogo entre pais e filhos, da manifestação pelo respeito e o direito de ir e
vir, enfim, sou a favor das manifestações que nos tornam mais capazes e
sensíveis para superar o que estamos vivendo hoje em dia...
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