domingo, 31 de agosto de 2008

Essa Tal de "Psicologia"


Eu não pensava que estudar psicologia me desse tantas dores de cabeça. A começar com esse tal de segundo Freud, segundo Skinner, segundo Wertheimer, segundo Fulano, segundo Ciclano... Tanta gente metida nesse misterioso objeto chamado homem que me sinto tão invadido por eles, tão violado. Outro dia eu fiquei muito nervoso com uma aula de Seminários Interdisciplinares, onde se discutia quando a psicologia começou, se ela é ciência se não é, se ela tem credibilidade ou se não tem. E depois de tanta discussão eu perguntei para o povo por que essa preocupação em dá uma certidão de nascimento para a psicologia. A filosofia, por exemplo, é uma área do conhecimento que não sabemos quando nasceu... Sabemos que tem a parada dos Mitos, do Pensamento Filosófico Racional e tals, mas não sabemos onde ela começou, onde se fez Filosofia. Sem falar que ainda temos hipóteses quanto ao surgimento da vida, uns acreditam que foi um fenômeno químico, outros acham que foi divino, outros acham que foi pela panspermia, mas na verdade, ninguém sabe como realmente a vida surgiu, você sabe?
Pois é, muito pau pra manga. A única certeza que eu tenho é na existência desse animal que, com a construção da cultura, se fez algo que hoje chamamos de “Gente”, e muitas vezes gente burra, ou seja, praticamos os mais intensos atos falhos que perturbam até nossa mãe Natureza. Desse modo, até que ponto vale a pena ser humano? Claro que tem suas vantagens! Construímos mecanismos de estratégias para o entendimento de vários sistemas que nos circundam, buscamos formas de solucionar determinados problemas, temos a oportunidade de construir o conhecimento, de perceber diversos fatores. Isso me dá uma angústia porque diante de tantas coisas que vêm acontecendo na nossa sociedade, no globo, tudo gira em torno a provar nossas potencialidades. Acredito que o principal sentimento nessa época dita Pós-Moderna (Discordo dessa Nomenclatura!) é o sentimento de CULPA, de IMPOTÊNCIA. Somos seres em incessante busca pela felicidade sem saber que a falta sempre existirá dentro de nós... Fico pensando se vale a pena saber das descobertas, dos avanços, das nossas potencialidades, quando, na verdade, tudo que sempre existiu nunca morreu... A fome, a miséria, a desigualdade, as guerras. Isso é uma dimensão TRANSDICIPLINAR e que nem podemos olhar esse viés por enquanto porque da INTERDISCIPLINARIDADE ainda nem se quer saímos. É complicado... E ainda vem essa psicologia perturbar nossas cabeças, mostrando infinitas visões de homem, infinitos métodos, infinitos saberes, infinitos, infinitos...
Mas me pego na esperança de que as coisas possam mudar na sua real essência, e que algumas outras tenham a decência de morrer, pois já incomodam a um ponto que mata até nossos próprios sonhos. Falando em sonho, como Freud chegou nas suas descobertas hein?!! Seria bem melhor se ele descobrisse como os sonhos podem ser realizados, mas isso aí gente só depende de nós, e não de Freud. Precisamos entender que somos parte do problema e parte da solução, somos um todo desse sistema emaranhando de macro e micro visões. Isso é Gestalt! É de fundamental importância agir, alterar o espaço, provocar reflexões. Chega de reforço que paralisa nossos pensamentos, nossas atitudes, estamos nos tornando verdadeiros analistas do comportamento PASSIVOS!
Pensando bem, estudar psicologia pode dá muitas dores de cabeça, mas também abre um grande leque de oportunidades para construir grandes marcos e, para mim, o principal: nos permite analisar o quanto de vergonha na cara faltamos diante do Mundo que, igual a nós, sempre será faltante.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Caminhos


São inúmeros os obstáculos que enfrentamos para chegar sempre em algum lugar. Lugares esses que nos aguardam de mãos abertas e que coincidem com nossas escolhas, nossas ações, nosso pensamento. E durante esse percurso, vamos tombando ao vento, ao mar, as profundezas das situações que, muitas vezes, remete a nos definirmos como fracassados. Situação essa pelo simples fato de que angariamos nossas próprias conseqüências e construímos, nos erros e nos acertos, a essência desse livre arbítrio que nos marca incessantemente com sentimentos diversos, opostos, mas que se complementam em algum momento da nossa caminhada. Muitas vezes sem pensar na repercussão dos nossos comportamentos, das nossas atitudes, vamos passando por um processo de construção do meio que reflete a nossa identidade, fundamental para sabermos quem realmente somos, porém nem sempre isso acontece. Lidamos com os mais diferentes homens, animais, espíritos e instintos. Acredito que um dos principiais desafios que o ser humano terreno tem de superar é a convivência com as diferenças existentes na vida, isso é um fato. Mas isso não impede que, durante nossa trajetória, novos rumos sejam tomados, novas perspectivas sejam planejadas, novas flechas sejam lançadas e a esperança por um mundo mais recíproco e com menos fascínio possa existir. Claro que pode existir... Depende de nós, da observação e análise dos nossos defeitos, da nossa verdade que muitas vezes não queremos que seja exposta, devido a uma máscara sempre usada para interpretar uma personagem que, no fundo, nos machuca e nos faz está cada vez mais longe de uma condição espiritual-moral mais elevada, em sua maioria. Se estamos aqui, diante de grandes adversidades, é por que temos muito que evoluir... Apesar de existir essências mais nobres que outras, devido a não haver uma “democracia” da evolução moral, que é o ciclo normal da vida, todos necessitam buscar incessantemente um degrau que suplante novos rumos, esses cada vez melhores. E a primeira forma de mudança é o pensamento... Com o pensamento mecanizamos e utilizamos um grande instrumento imprescindível para elaboração de metas e vieses onde perpassa toda a condição humanitária: a reflexão e o discernimento. Com eles podemos rever muitos erros, muitos desprazeres, podemos destruir muitas máscaras que usamos, mesmo sabendo que já nos destrói, tanto como ao próximo. Diante de tal compreensão percebemos como somos um tudo e um nada ao mesmo tempo nesse mundo cheio de percalços... Estamos em tempo de tentar ser algo, por mais que o tudo não sejamos.

sábado, 23 de agosto de 2008

Coisas da Vida

No outro dia aconteceu algo ilário comigo. Tinha esquecido de fazer um relatório de uma disciplina paraq entregar no dia seguinte. Era mais de meia-noite e no msn Luana, uma colega minha, lembrou-me dessa tarefa. Putz, foi uma onda! Começei a fazer o relatório mas estava sem vontade, o tema principal era Crianças e Adolescentes do Projeto Axé,uma ONG com o objetivo principal de reintegrar esses jovens à sociedade brasileira e etc; sabemos que falar de sociedade dói, pelo menos para mim é angustiante... Ok, parei de fazer o relatório e decidir fazer algo que meu colega Cristiano, que estuda Jornalismo, chamou de crônica(Risos), com a permissão da D. Inspiração, claro!

É ISSO AÍ MEU CARO
Nossa sociedade anda aos prantos!
Até quando nós, jovens seres humanos, teremos que pagar pelos atos desiguais que governam esse espaço, nosso espaço, nossa vida, sua vida.
De certo, o produto desses reagentes poderosos e destruidores acabam por passar pelos nossos olhos que, muitas vezes, andando pela mesma ponte Ordem e Progresso, nem se quer damos conta.
Bem, sabemos que a corrupção, onde muita coisa se engendra, que se faz existir é algo que afeta a vida de qualquer um, mas em casos mais dolorosos a ferida bem é mais aberta, e muitas vezes demora para cicatrizar, e às vezes nem se quer cicatriza.
Com tantas feridas expostas, o Brasil, essa grande pátria cheia de riquezas, de subjetividades diversas, não passa de um Diabético, o qual muitas marcas são deixadas e a cada dia que passa abre mais e mais e mais...
Beleza, se é dessa forma que se dá a sociedade brasileira, a vida desse povo, eu tenho que sobreviver, me aderir a esse sistema, vou puxar corda para um lado somente, para o meu lado. Vivemos num processo de seleção natural meu caro, onde o mais forte sobrevive, então não posso visar o lado do outro, não posso fazer isso por mais que eu queira, aliás, não devo... Tenho que garantir a minha sobrevivência, por mais dolorosa que seja... dor pior é não viver.
São tantos fatos, tantas ilusões, tantos sonhos destruídos que sinto até medo de planejar algo para o futuro, possa ser que eu não realize, e a frustração será pior ainda se isso não depender de mim, mas sim desses corruptos, desse sistema, dessa situação em que muitos estão inseridos, dessa política em que tudo acaba em pizza.
Estou farto de ver cuecas cheias do seu dinheiro, do nosso dinheiro, jogados ao léu, onde nenhum vintém é investido em um bem tão precioso, numa criança, num jovem, num ser humano em ponto crítico de desenvolvimento.
E o que podemos fazer?
Eu não sei de nenhuma solução, de nenhuma idéia, até por que não me propus a pensar sobre. Não quero pensar nisso meu caro, como diz cazuza: o tempo não pára, e por isso não posso parar pra refletir sobre esse fato, me dá de cabeça. Por isso que continuo achando que esse Brasil não tem jeito.
Eu sou um simples mortal e sem poder, não sou senador, vereador, deputado, presidente da república, o escambal. Eu não sou nada, e prefiro continuar sem ser, estou vivendo na medida do possível, estou comendo, tenho teto e tantas outras coisas, pelo menos por enquanto...
A única esperança que me resta é pensar que o meu filho, nosso filho, mude essa situação, porque até então está tudo perdido, sem rumo. As eleições estão chegando e é essa oportunidade que não posso deixar escapar, estou precisando de muita coisa e não é a situação decadente do Brasil que vou cobrar, brigar, explanar.
Tenho um filho, jovem, criança, sei lá, que ta precisando de material escolar, de roupa, sapato, mas não é isso que vou cobrar. Vou pedir comida porque aqui em casa o que tem já está acabando... não é tempo para brincar de pegar o que não é nosso ali num bairro nobre. E os estudos de meu filho que espere, eu não vou roubar. Quando ele estiver maior compro uma caixa de picolé, e com isso ele não será um João ninguém como eu, e sim alguém na vida, um vendedor de picolé, e quem sabe um presidente da república!

domingo, 17 de agosto de 2008

Bem Me Quer

Diante das minhas mãos cálidas estremeço a cada passo dado
Sem rumo, sem sentido desse real tão imaginário;
Por de trás de mim e do outro olhar que me lança sem pena, sem ódio e sem pudor
Caminhando no céu e no inferno, mas morrendo de medo e de amor.

Diante dos meus olhos imputáveis perco a direção de um fio
Tecido por tantas mãos entrelaçadas de um passado e presente sombrio
Com perspicácia nos ataques escopofílicos que deturpam nosso corpo deixando marcas subitamente profundas.
E sem saber como se dá o fim do futuro fico a ver navios
Apenas esperando que meus olhares avistem pelo menos algum futuro previsível

Diante da minha voz chamo meu desejo, caço meu ensejo e canto para o sucesso,
Sem saber se realmente virá perco a voz, mas nunca a esperança de um dia ela voltar
Semblante que me fere com sucessões de ruídos
Me deixa voar, mas por que fico perdido?

Diante do caos procuro uma ordem qualquer
Com minha boca, meus olhos, minha voz, brincando de bem-me-quer
Sondando a cada pétala tirada, esperando um futuro que me motiva
Com milhares de interrogações pontilhadas nos momentos da vida.
Sem recorrer ao grande perfeito inexistente, mas que a gente sempre busca
A falta que há em mim também há lá fora
Mas me revitalizo de esperanças quando minha felicidade ilusória aflora.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

História de Vida

Durante esse meu caminhar, percebi que o principal inimigo do homem é a vida. São encontros e desencontros que fazem parte das lutas, vitórias, batalhas e conquistas que nós mesmos vivemos sem nem sequer se dar conta disso, desse mundo que o próprio ser humano construiu. Apesar das dificuldades que cada ser experiencia, acredito que a minha história, a qual ainda construo e sempre continuarei construindo, enquanto estiver vivo, pode fazer parte desse livro que hoje chamo de "As facetas da vida", onde milhares de vencedores e derrotados estão inseridos nesse sistema com sentidos parecidos.

Apesar de ser muito jovem, percebo que percorri um longo caminho... Digo isso não porque o caminho é necessariamente grande, mas sim porque os obstáculos é que constituem a força para continuar caminhando, e me sinto forte com isso. Nasci em um meio nos quais os relacionamentos dos meus pais tiveram incansáveis conturbações, brigas e desentendimentos, e nesse fato entendo que sofri em largas dimensões: sofri por eles e sofri por mim, e até hoje eu levo esses "desencontros" que a vida me deu durante esse meu percurso sobre ela. E sempre me pergunto até quando nossa capacidade de sentir, de tentar, de desistir, de sorri e de chorar será colocada à prova, se isso faz parte da vida, se tudo tem um preço, se vale a pena lutar contra esses obstáculos.

De certa forma, acredito que é muito gratificante e honroso não sair da batalha para perder a guerra. Digo isso porque, apesar de haver vários percalços em todos os cantos que passamos e estamos, a superação, essa complexa e estimulante palavra, já diz o que podemos fazer, já diz pra mim o que muita vezes tive que fazer e fiz. Minha vida sem superação nunca foi vida, e para falar a verdade, eu compreendo a essência do viver porque eu supero. Eu tenho marcas enormes em mim, cravadas não no meu corpo, mas sim na minha alma, no meu próprio Eu. E durante o meu desenvolvimento, meu caminhar, cheguei a um momento em que eu mesmo parei e refletir se eu era tudo isso que o mundo me dizia, se eu mesmo achava isso assim como mundo achava... Foi um momento angustiante, porque tive que colocar, mais uma vez, o que eu mais tenho de precioso à prova: a minha vontade de viver.

Foram momentos muito difíceis, em que parava pra pensar no que eu realmente era, e olhando para o passado tinha a certeza que poderia ser alguma coisa, uma grande coisa, um grande homem. E de tanto encarar a vida de frente, como realmente ela é, percebi que eu sempre fui o que sempre quis, um especialista na arte da guerra e também da vida, do viver. Mas não de guerrear para garantir sangue, mas sim de compreender essas facetas que acompanham e sempre estarão em algum canto nos observando, ou até mesmo caminhando junto a nós, junto a mim. Hoje me sinto um ser humano em constante conflito, com família, sociedade, desigualdade, homem, ou seja, com o mundo. Mas quem nunca sentiu conflito com o mundo, consigo mesmo? Isso faz parte da natureza humana, e essa natureza, ao meu ver, poder ser modificada, transformada, canalizada mas nunca acabada, porque a essência do viver está nesse conjunto de relações do Eu com a Sociedade. Não existe perfeição entre os homens, mas existem mudanças, e para melhor, há possibilidades de progresso... É uma esperança que nunca acaba. Com tudo isso, e muito mais que a vida não me propôs a conhecer ainda, eu vivo para superar as minhas capacidades, os meus limites, e isso é possível. Sei que não posso superar os homens, mas posso me superar a cada dia, a cada instante. E apesar das facetas da vida, que não são poucas e nem tão pouco fáceis de serem ultrapassadas, existe um bem maior que é de todo o ser humano: o direito de recomeçar.

E nessa perspectiva é que minhas forças se tornam mais poderosas, pois sei que sou repleto de defeitos, mas também sei que posso buscar corrigi-los sempre, porque tenho o direito de levantar e seguir em frente onde tomei um tombo, e continuar o caminho com os instrumentos que adquiri durante a minha trajetória. Sofri muito, muito mesmo, como todo mundo sofre, mas a forma como eu lido com esses sofrimentos é diferente do resto do mundo. Claro que não tenho a fórmula da superação sem erros, sem testes, isso não existe... E talvez não seja exemplo para ninguém, mas a minha vida, a minha história está aí posta à prova sempre, e isso é que me faz lutar e conquistar, a cada dia que passa, o meu espaço de forma honrosa e consciente dentro de mim como também entre os homens.

"A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida."

Vinícius de Moraes

Eu estou aqui para viver e ver no que vai dar Essa rotina de sonhos e apagamentos De colocar o medo antes de tudo Antes de resp...