Eu tenho razões insistentes para continuar acreditando em
mim.
Eu me reconheço nos nossos segredos mais profundos.
Essa armadura que tenho hoje vem da sua força.
Nasci sem nada, em branco e vulnerável.
Diante do mundo, o seu olhar sempre foi terno e apaixonado.
Você me amou nos versos mais tensos e nas águas mais
revoltas,
E eu me sentia protegido e quisto,
Sem dúvidas de sentimentos contrários.
A sua doçura era valente,
Sempre atenta às questões da vida, sofreu duramente.
Mas a força estava sempre lá, presente.
Das decepções, floresceu sem medo,
Se perdia nas águas,
Mas se reencontrava , percebia a sua força,
Entendia a necessidade das lágrimas e não se afogava, nunca.
Aprendeu a metamorfosear,
E no trânsito arriscado do tornar-se menina-mulher,
encontrou a sua essência.
Compreendeu os seus propósitos se admirando no espelho,
Renascendo todos os dias,
Construindo as suas próprias convicções,
Na força dos afluentes,
Nos afetos
E [des] construções.
Deixando-me viver livremente, seguia os meus voos,
E orgulhosa se lançava a voar comigo,
Sem arrependimentos.
Me mostrou o verdadeiro amor com braveza,
Sendo sempre a minha melhor amiga.
E o que sinto hoje é reflexo da sua essência.
É uma emoção, no sentido mais grato da palavra, falar desse
amor que construiu as minhas armaduras,
O meu lugar de fala.
E essa potência nunca se apaga,
Nem mesmo com a força das águas
Que por um motivo qualquer, na sua mais absoluta
simplicidade, instituiu-me como o seu filho.
Eu fui escolhido pelos braços de uma filha de Oxum!
E disso, de você e do seu amor incondicional nunca duvido.