segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Saída

Sozinho sem saída, sempre seguindo solitário, sem sol
Sobre seu semblante sereno, saia sórdido sentimento.
Sugando seu sangue, salvando sua saúde
Sentindo sabores, sem sonho sem sorte.

Sendo sofredor sigo suspirando seu suor, sua sombra
Santo senhor! Será sua semente sombria Senhora?
Se sob sua sombra sou serpente sagaz,
Saindo sentindo saboreando sondando
Sou seqüela sem signo somente sublimando
Sem ser, sem saber sempre sovejando.

Sedento selvagem sem simplicidade
Somente saboreando sussurros seus
Sabedoria sem sinceridade, sol suando sentidos, soberanidade!
Saudade sentida saltando significados
Sem saber se serei sujo, senhor, serpente santificado!

Seja somente sorte,
Seja somente solidão
Sempre sentindo sem sofrer
Sempre semeando saudosa satisfação.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Perigo!


Perigo! Quantas vezes podemos recomeçar???
Há tempos tinha “CERTEZA” que a principal dádiva da vida era o recomeço e hoje não sei não... Debruçando-me sobre os meus braços e maquinando algo que pudesse intensificar os fluidos das minhas conexões sinápticas duvidei dessa incerteza que era vista como certa até ontem. E nessa viagem que de início estava, digamos, confortável, passou por algumas grandes desequilibrações, apud Piaget, pois tentava buscar uma justificativa que confirmasse “por que” temos certo direito de recomeçar quando barramos no EU, no VOCÊ, no NÓS, quando abduzidos por algum OVNI, algumas situações como essas. De início percebia que era um garoto sortudo por estar vivo, depois pensei que estar vivo não fosse um bom negócio assim (Lá ele!), posteriormente busquei energias nas possibilidades de recomeço que a vida me oferece, ou me cospe, e até ontem gostava dessa possibilidade. Por que mudei de idéia? Por que cuspi no prato que comi há tanto tempo? Primeiramente, é de grande valia salientar que não é toda hora que “panela velha é quem faz comida boa”, de certa forma o prato já não era tão apetitoso assim... Enfim, essa falta que me alimenta, esse desejo do nada, essa tão falada construção de um ser que é sócio-histórico despertou-me para um caminho que de nada serve quando não percebemos o quão somos impotentes diante dessa imensidão de signos e significados. Não estou simplificando o fato, mas apenas estou reduzindo para conhecer, se Morin me permite. Sem mais recursividades, desacreditei do recomeço porque “insightiei” que a vida é cheia de pontos e vírgulas, ponto de segmento e ponto final. Percebi que quando caímos não recomeçamos, mas sim parafraseamos sem ter medo de colocar um ponto de segmento, mas assustados com um ponto final sem hora de ser, mas previsível.
PERIGO!! QUANDO DEIXAMOS DE SER?

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Existência


Pensar em como eu existo, como você existe, o existir do mundo me faz perder a noção de existência. Isso mesmo ! No momento que desmembramos cada fato, cada história cada ser, nossos sentidos nos atormentam por estarem emergindo de um mundo que vulcaniza anseios e submergem intenções. Se no fundo de propostas feitas de homem para cada homem existem contra-propostas, a noção de dialógica perpassa o que no fundo não se pode vê, e nesse ponto deparo-me com a situação de que entender o não- entendível ultrapassa qualquer entendimento. E nesse conjunto de suposições à cerca de tudo que parece contraditório, e que permeia a existência humana, parto da concepção de que o grande “Boom” do Homo- Sapiens foi de instrumentalizar o que no fundo caracteriza a única coisa que nos serve e que, conseqüentemente, nos corrompe: a busca. O simples fato de pensar que eu existo já me remota a algo sombrio e temeroso pois sei que o falar de qualquer existir, de qualquer ilusão, destrói toda a minha noção de poder, de régias. Por incrível que pareça o homem vive no emaranhado de vários “Eus” onde todo o “Eu mesmo” se desfaz com uma grande Alteridade, diante de sucções que nos engrandece e nos faz buscar uma existência inexistida, com brilhantes labirintos, sentidos ambíguos e ondas de luzes interessantemente sinuosas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pensamento


Pensamento vai pensamento vem, pensamento cuspido pensamento engolido, pensamento passivo pensamento assassino, afinal de contas por que pensar o pensamento?
Há pouco tempo atrás estava decidido a aniquilar o meu pensamento, aliviar as minhas dores, desintoxicar o meu cérebro e viver vegetando. Aliás, na nossa sociedade a maioria das pessoas são verdadeiros gênios na arte de assassinar o pensar do pensamento, pois acreditam fielmente numa leitura de mundo que, parando para pensar, não existe pensamento. São tantos fatos marcantes e tantos sabores diversos que degustamos que me dá uma sensação de impotência, parece que colocaram no nosso paladar softwares feitos para detectar determinados tipos de gostos que consequenciou no que somos hoje, ou pelo menos parecemos ser: admiráveis chips novos.
Nesse mundo contemporâneo hoje a valorização da utopia é uma visão impostamente estratégica, a sociedade acaba por pensar no que não se pensa na verdade, porque somos implicitamente criados e preparados para um posto muito importante no mercado da vida, que ninguém como nós brasileiros, tem a capacidade tão exímia de realizar tão eloqüente feito: estudamos para o brilhante sucesso em ser massa de manobra. Por isso que não vejo mais em por que ter pensamento, que vem de fora, mas pensamos que vem de dentro, nessa vida que paro pra pensar e só me vem descontentamento. Por que isso? Por que não paramos para entender e refletir a grande arma que temos? Será que não vale a pena potencializar o que temos de tão maravilhoso entre os seres humanos? Por que não fazemos diferente?
A cada dia que passa a violência civil aumenta, o descaso para com o outro alcança limites antes inimagináveis, e nós, agentes potencializadores de grandes transformações, não paramos para pensar nessa possibilidade que está bem à nossa frente. Já que não sou capaz de realizar esse feito pensando, prefiro vegetar o pensamento, sofrer um pouco menos, pelo menos por enquanto. São tantas pessoas a nossa volta, com uma capacidade inenarrável de interpretar, de se mascarar, de farsear e que para isso se utiliza tanto do pensamento que nem se quer percebe a dimensão das destruições causadas e ilusões vendidas resultantes também do pensar, no âmago das intenções, de matar com esse pensamento.
Enquanto isso vou caminhando, parando pra descansar, me recarregando de esperanças de que esse mundo ainda pode mudar, fruto desse miserável pensamento, porque no fundo no fundo sei que vem de fora, mas penso que vem de dentro.

Eu estou aqui para viver e ver no que vai dar Essa rotina de sonhos e apagamentos De colocar o medo antes de tudo Antes de resp...