domingo, 17 de agosto de 2008

Bem Me Quer

Diante das minhas mãos cálidas estremeço a cada passo dado
Sem rumo, sem sentido desse real tão imaginário;
Por de trás de mim e do outro olhar que me lança sem pena, sem ódio e sem pudor
Caminhando no céu e no inferno, mas morrendo de medo e de amor.

Diante dos meus olhos imputáveis perco a direção de um fio
Tecido por tantas mãos entrelaçadas de um passado e presente sombrio
Com perspicácia nos ataques escopofílicos que deturpam nosso corpo deixando marcas subitamente profundas.
E sem saber como se dá o fim do futuro fico a ver navios
Apenas esperando que meus olhares avistem pelo menos algum futuro previsível

Diante da minha voz chamo meu desejo, caço meu ensejo e canto para o sucesso,
Sem saber se realmente virá perco a voz, mas nunca a esperança de um dia ela voltar
Semblante que me fere com sucessões de ruídos
Me deixa voar, mas por que fico perdido?

Diante do caos procuro uma ordem qualquer
Com minha boca, meus olhos, minha voz, brincando de bem-me-quer
Sondando a cada pétala tirada, esperando um futuro que me motiva
Com milhares de interrogações pontilhadas nos momentos da vida.
Sem recorrer ao grande perfeito inexistente, mas que a gente sempre busca
A falta que há em mim também há lá fora
Mas me revitalizo de esperanças quando minha felicidade ilusória aflora.

4 comentários:

Kayk Oliveira disse...

muito bem...

to sentindo o caos moriniano e o escopofílicos foucaultiano!!!!

uma poesia autobiografica, sincera e brava....

abraço camarada, e vamos produzir dentro das nossas possibilidades de tempo, vida longa aos blog,s!!!

Almerson Passos disse...

Pois é rei, vamos produzir mesmo! Escrevendo a gente tbm revoluciona!
Valeu!

Milem disse...

Velho Amigo! Ótimo poema.
Continue escrevendo colega, pois vc tem uma escrita muito boa.
Para não ficar só nos elogios, aconselho apenas uma coisa,
a priori não escreva para revolucionar, mas essencialmente para compartilhar dores,experências, pra amar e maldizer... e o melhor.. pra reinar e contruir o mundo da verossimelhança. (\Aristoteles)

Revolução? É catarse do leitor.
Rodrigo

Leandro Gabian disse...

Quando eu achei que a sensibilidade tinha chegado au seu explendor, percebi que lendo ao contrário se pode inverter o sentido sem perder o sentimento..
genial!

Eu estou aqui para viver e ver no que vai dar Essa rotina de sonhos e apagamentos De colocar o medo antes de tudo Antes de resp...