sexta-feira, 5 de julho de 2019


Eu estou aqui para viver e ver no que vai dar
Essa rotina de sonhos e apagamentos
De colocar o medo antes de tudo
Antes de respirar.

Eu quero só ver no que vai dar
Essa vontade absurda de ter seu canto
De ter o seu espaço
Mas cadê o seu corpo?
Quem é você?
Mataram o nosso nome.
Jogaram ao vento.

Eu quero só ver
Que caminhos a gente pode percorrer
Se os pés estão cansados de correr descalços
E o meu nome ficou para trás.

Eu quero ainda ver
Que esse corpo cansado há de sonhar
No chão quente que as águas passam
E cicatrizam as feridas da alma.

Eu quero a ponta do mundo
Para brincar de chacoalhar
Reordenar as histórias
E bagunçar o princípio dos afetos que não nos ajuda a viver.

Eu quero ver
Se o tempo agirá sobre nós
E restituirá o nosso passado
Restituirá o meu nome?

Eu quero ver o que a encruzilhada me revela
E se não consegui enxergar
Ficar bem com isso.

Meu nome é um corpo em memória
É um Ori
É uma moldura que não cabe em mim
É um rastro inacabado
É uma vida toda.

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