Depois de uma dose de amor
próprio e bem estar (e de tempo, claro!) você aprende a importância de dizer
não.
Sabe por quê? Porque você não é
obrigado a nada. Essa ideia de estar sempre se anulando por alguma coisa, por
respeito, culpa, medo, amor, sei lá, não vale a pena, de verdade.
Você não é obrigado a gostar de
Caetano porque ele é cute. Você não é obrigado a gostar de futebol porque é um “esporte
de homens”. Você não é obrigado a namorar um cara porque ele é legal. Você não
é obrigado a transar com as pessoas porque cuida do corpo. Você não é obrigado
a concordar com o seu chefe porque é ele quem decide as diretrizes. Você não é
obrigado a estar numa festa porque ela é badalada. Você não é obrigado a não se
sentir bem; com quem e onde estiver.
As pessoas estão muito flexíveis
e isso é questionável. Em uma sociedade tão heterogênea, onde vejo os desafios
das relações a fora, de aceitar e respeitar as escolhas do outro, é importante refletir
se estar sempre disponível a tudo é uma atitude nobre. O dissenso também é importante. Ele ajuda a construir,
a delimitar e estruturar os sentimentos, dentro do que é seu e o que é outro. Anular-se
para estar numa relação, aceitando tudo, topando tudo por medo, por insegurança
é um risco. Isso é entrega ou suicídio?
O que questiono é a duração disso
tudo, até quando você suporta. Falta de posicionamento? De maturidade? Talvez.
Mas não se esqueça que são pelas ideias que floresce a admiração. Ninguém é
perfeito do jeito que você idealiza, a não ser que queira viver uma eterna
ilusão. Viemos de origens familiares distintas, construímos valores morais diferentes
e isso é absolutamente normal. Temos um olhar sobre o mundo muito peculiar.
Parecidos, mas sempre únicos. Então, negar-se para quê? Para que o outro se
sinta feliz? Não, cada um é responsável pela sua felicidade. O outro aparece
para te transbordar, porque você é naturalmente pleno. Não permita ser o que
você não sustenta. Se não te faz bem, questione o seu lugar. Vale à pena? O que
quero? Sou isso mesmo? Nada te obriga a ser; e nem ninguém. Porque beleza não anula
defeitos e não substitui princípios. Uma hora, o barco pesa e fica difícil
navegar.
Bonito mesmo é assumir suas
decisões com propriedade, delicadeza e muita sensatez. Deixar o outro livre
para escolher e se sentir leve por isso. Se os amores acontecem pelo tempo, construção,
respeito e pela força do encantamento, não tenha dúvidas de que isso só
acontece quando há autenticidade.
A única obrigação que temos na
vida é de sermos nós mesmos.
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